Estudos de Dança


 

 

 

 

 

A dança na adoração
Por Juliana Dias


"Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor , e estava Davi cingido de uma estola sacerdotal”, II Samuel 6:14.

No Israel de Deus – passado e presente – é comum que o povo expresse seus sentimentos através das artes, sendo a dança um grande instrumento de comunicação. Portanto, a dança nunca foi algo “escandaloso” para o povo de Israel, nem tampouco para os outros povos do médio e extremo-oriente. Esse movimento não é nenhuma novidade e sempre fez parte das comemorações cristãs.

O preconceito em relação à dança é um problema cultural. Ao longo dos anos, alguns valores foram deturpados. Como, por exemplo, a questão do homem dançar estar associada à sua sexualidade. Há organizações tribais, como os índios e os aborígenes, em que só eles podem dançar. Já na Bíblia, observamos que os hebreus dançavam, sem distinção de sexo. A idéia do corpo ligada ao pecado e os gêneros que trouxeram vulgaridade também contribuíram para esta aversão aos movimentos.

Para Isabel Coimbra, líder do grupo de dança Mudança, da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), nós estamos vivendo uma transformação a partir do testemunho de vida dos adoradores. “Antes de sermos bailarinos, músicos ou cantores, somos vasos santos, ministros e sacerdotes. Logo, temos a responsabilidade de sermos referencial da glória de Deus”, declara.

Para o ministro de louvor Ramon Tessman, do Ministério Vida Nova, em Criciúma (SC), o temperamento artístico tem cegado muitos músicos, dançarinos e demais artistas cristãos. O resultado é insubmissão, rebeldia, sensualidade, mentira, e outras coisas mais. “Se as artes estão sendo restauradas por Deus, os artistas também precisam ser”, alerta.

Os grupos de coreografia têm invadido as igrejas e daí surge um questionamento. Qual o propósito desse trabalho? Qual o seu significado na adoração? Isabel explica que a música, a dança e o canto fazem parte de uma totalidade que ela denomina como Tabernáculo da Adoração. Cada uma dessas linguagens tem um significado: na música é a sonoridade, a harmonia dos instrumentos; no cântico, são as palavras; e, na dança, é a imagem, o movimento. “Toda arte tem a mesma importância, mas só tem valor se salvar, curar, restaurar e edificar”, ensina. E no caso da dança, a unção vem pelo movimento. Não se trata de um adorno para enfeitar o púlpito da igreja.

Ramon concorda com a líder e completa dizendo que a verdadeira adoração é contagiante. “Quando uma pessoa está adorando verdadeiramente com danças pode influenciar as pessoas que estão assistindo de modo que estas comecem a adorar também. Já presenciei situações como estas”, conta Ramon.

O grupo de Isabel é um exemplo dessas expriências. Em sua última ministração, na Vigília de Bento Ribeiro (RJ), ela conta que pessoas foram curadas, libertas e restauradas. As ministrações têm sido feitas com traje vermelho porque representa o sangue de Jesus. Dentro dessa visão, eles têm visto grandes coisas acontecerem. No momento em que o grupo estava dançando, pontos de luz na mesma cor brilhavam na parede do local. "Um irmão me mostrou uma foto que foi tirada no momento, onde ficou registrado aquele fenômeno sobrenatural. O pastor ficou surpreso quando viu que aquela paisagem de fundo não fazia parte da decoração", testemunha.

A ministração pode ser feita de duas maneiras. Através da dança pré-estabelecida e a espontânea, que pode ser comparada à música. Nós cantamos uma canção ensaiada ou ministramos com cânticos espirituais. O mundo chama de improvisação, mas cremos na inspiração do Espírito Santo. Para Isabel, há momento para os dois, assim como no louvor. “É Ele quem nos conduz a uma dança profética”, conclui. Outra diferença é dança do altar e a do banco. No altar, você tem o compromisso de ministrar ao povo, de levar a igreja à adoração. Já no banco, é um relacionamento exclusivo entre você e Deus. Por isso, a vida e o caráter do ministro deve ser tratado antes de estar à frente da igreja.

O pastor Paulo César Sampaio critica o ato repetitivo e mecânico das coreografias. Para ele, a sistemática repetição tira o fator surpresa, pois se incorpora a liturgia da igreja. Com isso, em breve, alguém vai pensar em outra novidade para completar o louvor. “Cria-se sempre um círculo vicioso, onde sempre haverá necessidade de coisas novas. Importa, antes de tudo, ter um espírito contrito e um coração quebrantado”, conclui.

A adoração é uma atitude interior e não exterior. Esse ato pode ser completo sem a dança, sem a música e sem o canto. Essas expressões são veículos de louvor a Deus. Não podemos usar esses meios como fórmulas para se chegar ao altar do Senhor. Mas também não podemos restringir a dança a apresentações, a não ser que seja uma peça ou ensinamento para a igreja. Se entedermos a dança como parte do louvor, poderemos usá-la com mais sabedoria para atravessar o Santo dos Santos. Ninguém é mais espiritual por usar uma ou outra linguagem. Utilize tudo o que você tem para ser um daqueles adoradores que o Pai está procurando. Temos que viver em novidades de cântico, movimento e palavras, mas sempre conduzidos pelo Espírito Santo.


Deus abençoe
Juliana Dias
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A dança à luz da Bíblia

Por Orlando Caetano

 

Com exceção da dança de Salomé perante Herodes (provavelmente uma espécie de pantomima de influência romana), os múltiplos casos, exemplos e citações relacionados com a dança na Bíblia nem têm um caráter de sedução lasciva, nem são danças «a solo», exceto a dança (II Sm. 6:14-16; Cr. 15:29) de David, o «homem segundo o coração de Deus», tão respeitado pelo Povo do Senhor, ainda hoje.

Geralmente as danças são expressões grupais: de alegria, divertimento e/ou adoração a Deus.

Nomeadamente no livro de Salmos, há convites bem explícitos para louvar a Deus com danças, como por exemplo em Salmo 149:3, 150:4 (alguns tradutores escreveram flauta em vez de dança!!) .

Algumas outras referências:
Juizes 21:19-23;
I Samuel 30:16;
II Samuel 6:5: “David e toda a casa de Israel dançavam diante de Jeová...”
Salmo 87:7: “Dirão tanto os que cantam como os que dançam: todas as minhas fontes são em ti”;
Cantares 6:13: “Volta, volta ó Sulamita... Porque quereis contemplar a Sulamita, como a dança de Mahanaim?”.
(Tradução Brasileira, das Sociedades Bíblicas Unidas, corroborada pela ISBE, Enciclopédia Bíblica Internacional, vol II, p.1169-1170).

Na parábola do Filho Pródigo, (Lucas 15:25) a dança assume um caráter bastante significativo, não só por ser uma alusão referida por Jesus, o Verbo que atualizou a Palavra de Deus e a personificou (Hebreus 1:1), mas também porque essa parábola ilustra a relação do homem com Deus, e a alegria que existe no céu quando um pecador se arrepende. Ora essa alegria é traduzida de várias formas, sendo uma delas a dança.

Talvez no céu isso aconteça, numa situação como essa e, se assim for, então existem danças no Céu. Os anjos dançam e cantam de júbilo quando uma criatura humana volta ao Lar Paterno! Não estou a afirmar, mas é uma possibilidade! Um dia saberemos ao certo, na Sua divina presença. Aleluia!

É também de salientar que a dança fazia parte da vida corrente, entre os judeus, e até dos jogos infantis, como lemos em Mateus 11:17 e Lucas 7:32.

Perante o que lemos na Bíblia, a dança é uma expressão de alegria, de festa, de convívio e de adoração a Deus. É de lamentar que, entre os cristãos evangélicos, se dance tão pouco.

Claro que, em todas as práticas, inclusive as artísticas, há sempre o bom e o mau. Existe má literatura, mas continuamos a ler bons livros. Existe má fotografia, mas continuamos a tirar e a ver fotografias. Existe má pintura, mas continuamos a pintar e a apreciar as artes plásticas. Existe mau cinema, mas continuamos a valorizar grandes obras cinematográficas. Existe mau teatro, mas também há bom teatro; má escultura e boa; péssimos programas de televisão e outros excelentes, etc..

“Examinai tudo, retende o bem”, aconselhou o apóstolo Paulo (I Tess. 5:21).

E podíamos dizer ainda que, infelizmente, dentro das igrejas também existe o bom e o mau. Há pessoas sinceras e outras hipócritas, há cristãos honestos e outros que o não são, e há também muita vaidade, muita maledicência, muita falsa santidade, muita inveja, muito fanatismo...

Ao Senhor e só a Ele compete separar o trigo do joio.

Por isso, irmãos, se sentem o desejo de cantar, cantem! Se sentem o desejo de tocar, toquem. Se sentem o desejo de dançar, dancem... desde que em tudo o que façam não haja maldade, mas sim um espírito são, de alegria, de comunhão, de louvor a Deus, ou de simples diversão saudável, comunicativa!

Eu próprio tenho dançado, nomeadamente em festas de alunos meus, a seu convite, em ambiente de são convívio.

Voltemos à Bíblia. Dancemos!

 

 

 

 

 

 

 

A dança litúrgica como louvor
Por Cecéu Kingshill


Salmo 150 - Aleluia! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento obra do seu poder Louvai-o pelos seus poderosos feitos; louvai-o consoante a sua muita grandeza. Louvai-o ao som da trombeta; louvai-o com saltério e com arpa. Louvai-o com adufe e danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flautas. Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com cimbalo retumbante. TODO SER QUE RESPIRA LOUVE AO SENHOR. Aleluia!

Embora encontramos várias passagens na Bíblia sobre a dança como louvor a Deus, como a passagem de Mirian por exemplo em Êxodo 15:20-21 e a de Davi em 2 Sam. 6:14 eu ainda tenho como passagem predileta para fazer uma dança litúrgica o salmo 150, não só pela claridade de nos mostrar que devemos louvar também com danças, mas principalmente pela frase final. TODO SER QUE RESPIRA LOUVE AO SENHOR.

A respiração foi o primeiro presente que Deus nos deu como diz em Gênesis 2.7: "Então, formou o senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe SOPROU nas narinas o FÔLEGO de vida, e o homem passou a ser alma vivente". É com base nessa respiração, um presente de Deus, que tento levar a dança na igreja. Ou seja respeitando a respiração de cada pessoa que dança pela sua individualidade de ser único diante de Deus.

A dança na igreja vem dos tempos antigos. Os judeus por exemplo tinha uma prática muito profunda da dança ainda cultivada até hoje dentro dos grupos tradicionais. As danças deles embora não fossem mencionadas eram usadas em quase todos serviços de adoração e de expressão comunitária. Nos Estados Unidos é muito comum se falar em Liturgical Dance (dança litúrgica)

O que é a dança litúrgica?

Bem, Litúrgico na raiz quer dizer: Algo que as pessoas fazem juntas; na religião quer dizer pessoas que se juntam para expressar sua fé. É por isso que eu gosto mais desse nome para as danças na igreja pois quando dançamos para louvar a Deus estamos juntos expressando nossa fé em Cristo.

Mas ao mesmo tempo que louvamos a Deus com danças, temos que tomar cuidado para saber se nossa dança está realmente louvando a Deus ou simplesmente satisfazendo os "coreógrafos da igreja", pois se por um lado a dança litúrgica é uma expressão da fé junta, por outro lado dependendo de como essa dança foi coreografada, corre-se o perigo de estar louvando o coreógrafo.

Posso falar disso muito bem pois vim de uma profissão onde fui coreógrafa da dança moderna por muitos anos. Hoje sou coreógrafa da dança litúrgica. Fiquei muito triste depois de 12 anos fora do meu país voltar e ver que muitas igrejas estão transformando o púlpito em um teatro.

A dança litúrgica não é para ser dançada como se o púlpito fosse um teatro mas sim como lugar santo. Nós já temos muitos teatros no mundo nós não precisamos de mais um na casa de Deus.

Temos que ter o cuidado, principalmente os coreógrafos, de não passar a dança para os participantes como passos mecânicos que só vão ser repetidos sem aproveitar o louvor do indivíduo para com Deus. Cada pessoa louva diferente, cada pessoa tem um movimento diferente e para dança litúrgica se tem uma linguagem especifica. Não podemos trazer os passos conhecidos da dança moderna, jazz ou ballet para usar no púlpito e dizer que está louvando a Deus principalmente se o coreógrafo não for cristão, pois do contrário vamos ter mais um teatro e quando uma pessoa que nunca veio a igreja ver uma dança que ela ver na tv, ela não vai saber a diferença da dança da tv para a dança que louva a Deus. Dance para louvar a Deus sim, mas com uma verdadeira dança de louvor e adoração.

Todo ser que respira louve a Deus! Mas temos que ter certeza se estamos respirando e louvando ou somente imitando.


Deus abençoe
Cecéu Kingshill
https://www.ceceukingshill.com
ceceukingshill@hotmail.com